A boa relação entre o Alzheimer e a amamentação

MULHERES QUE AMAMENTAM TÊM MENOR RISCO DE ALZHEIMER, INDICA ESTUDO

Da BBC, 8/8/13

Mães que amamentam seus filhos têm um risco menor de desenvolver Alzheimer, segundo um estudo recém-publicado pela Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha.

Créditos: vidamaterna.com

Créditos: vidamaterna.com

A pesquisa também indicou a possibilidade de haver uma ligação mais ampla entre os dois fatores, já que amamentar pode pode atrasar o declínio da condição cognitiva da mulher.

Estudos anteriores já mostravam que a amamentação reduzia o risco de a mãe desenvolver outras doenças, mas esse é o mais indicativo no que diz respeito a transtornos cognitivos.

O estudo mostra que alguns efeitos biológicos da amamentação podem ser os responsáveis pela redução do risco de se desenvolver a doença.

Os pesquisadores estabeleceram três comparações hipotéticas, entre mulheres que amamentaram e outras que não amamentaram ou amamentaram menos, e verificaram reduções potenciais de até 64% no risco de as primeiras desenvolverem Alzheimer em relação às segundas.

Eles advertem, porém, que não é possível quantificar com exatidão a redução potencial do risco de Alzheimer, por conta do grande número de variáveis envolvidas – como tempo de amamentação, histórico de saúde da mulher, número de gravidezes e casos de Alzheimer na família, entre outras.

Progesterona e insulina
Segundo uma das teorias levantadas pelos pesquisadores de Cambridge, amamentar priva o corpo do hormônio progesterona, para compensar os altos níveis de protesgerona produzido durante a gravidez.

A progesterona é conhecida por dessensibilizar os receptores de estrogênios no cérebro – e o estrogênio tem um papel importante na proteção do cérebro contra o Alzheimer.

Outra teoria se baseia no fato de que amamentar amplia a tolerância da mulher à glicose, restaurando sua tolerância à insulina após a gravidez, um período em que há uma redução natural da resistência à insulina.

E o Mal de Alzheimer é caracterizado justamente pela resistência à insulina no cerébro (e consequentemente à intolerância à glicose), tanto que o mal de Alzheimer algumas vezes é chamado de diabetes tipo 3.

Histórico de demência
Publicada no “Journal of Alzheimer’s Disease”, a pesquisa analisou 81 mulheres britânicas entre 70 e 100 anos, incluindo mulheres que sofriam ou não desse tipo de demência.

Apesar de os cientistas terem estudado o caso de um grupo pequeno de mulheres, eles garantiram que isso não interfere no resultado da pesquisa, dados os fortes indícios da correlação entre amamentar e os riscos de se desenvolver Alzheimer.

Eles disseram, no entanto, que a conexão entre os dois fatores foi bem menos presente em mulheres que já tinham um histórico de demência na família.

Com base nos dados coletados com as mulheres estudadas, os pesquisadores formularam três casos hipotéticos para indicar o potencial de redução do risco de Alzheimer pela amamentação:

No primeiro caso, na comparação de duas mulheres idênticas, uma que tivesse amamentado por 12 meses teria um risco 22% menor da doença em relação à outra que amamentou por 4,4 meses.

No segundo, uma mulher que tenha amamentado por oito meses após uma gravidez teria um risco 23% menor do que uma mulher em condições idênticas, mas que tenha amamentado por seis meses após três gestações.

No terceiro caso, a redução verificada foi de 64% para uma mulher que tenha amamentado em relação a outra idêntica que não tenha amamentado.

‘Doença devastadora’
A pesquisadora Molly Fox, que conduziu o estudo juntamente com os os professores Carlo Berzuini e Leslie Knapp, disse esperar que a pesquisa sirva para estimular outras sobre a relação entre o risco de doenças e o histórico reprodutivo de mulheres.

Fox espera ainda que as conclusões da pesquisa indiquem novos caminhos para lutar contra epidemia global de Alzheimer, especialmente em países em desenvolvimento.

‘Alzheimer é o transtorno cognitivo mais comum do mundo e já afeta 35,6 milhões de pessoas. No futuro, a doença deve atingir ainda mais países onde a renda é mais baixa’, disse. ‘Então é vital que sejam criadas estratégais de baixo custo e em grande escala para proteger as pessoas contra essa doença tão devastadora.’

Além disso, o estudo abre novos possibilidades de se entender o que faz alguém suscetível a esse tipo de demência. Também pode servir como incentivo para mais mulheres amamentarem – algo que muitas pesquisas já comprovam que traz benefícios tanto para mãe quando para o bebê.

Disponível em: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2013/08/mulheres-que-amamentam-tem-menor-risco-de-alzheimer-indica-estudo.html

Anna Motzko

Sobre ciência: obtenção de diesel a partir de BACTÉRIAS

Pesquisadores britânicos obtêm diesel a partir de uma bactéria geneticamente modificada

Por BBC Brasil, em 23/01/2013

Os cientistas da Universidade de Exeter modificaram uma amostra da bactéria E. Coli – que vive no intestino humano e transforma o açúcar que absorve em gordura.

A bactéria Escherichia coli

A bactéria Escherichia coli

Usando biologia sintética, a equipe alterou os mecanismos celulares da bactéria para que o açúcar fosse convertido em moléculas de óleo que são quase idênticas ao diesel convencional, derivado de petróleo.

O estudo, divulgado na publicação Proceedings of the National Academy of Sciences, afirma que o combustível sintético poderia ser uma alternativa viável aos combustíveis fósseis.

“Nosso desafio é aumentar a produção antes de chegar a qualquer forma de fabricação industrial do combustível”, disse o professor John Love, biólogo sintético da Universidade de Exeter, pesquisador.

“Nós temos um período de três a cinco anos para fazer isso e depois veremos se valerá a pena seguir em frente”, acrescentou Love.

A equipe de pesquisadores também está analisado as chances de a bactéria converter outros componentes em combustível, como dejetos humanos e de animais.

Biocombustíveis

Atualmente há uma pressão para aumentar o uso de biocombustíveis em todo o mundo.

Metas estabelecidas pela União Europeia determinam que, até o final desta década, 10% dos combustíveis utilizados dentro do bloco sejam compostos de biocombustíveis.

O problema é que muitas formas de biodiesel e bioetanol atualmente em uso não são totalmente compatíveis com os motores de carro modernos, fazendo com que entre 5% e 10% tenham de ser misturados com combustíveis fósseis antes de os carros serem abastecidos.

No entanto, segundo o professor Love, o combustível obtido a partir da bactéria E.Coli modificada é diferente.

“Nós conseguimos obter um combustível que tem exatamente a composição exigida pelos motores modernos”, afirma. “Podemos até chamá-lo de “biocombustível fóssil”, acrescentou.

Os biocombustíveis são considerados uma alternativa aos combustíveis fósseis porque poluem menos o meio ambiente.

Enquanto gasolina e diesel liberam dióxido de carbono, os biocombustíveis são considerados neutros em termos de emissões porque emitem na atmosfera a mesma quantidade de CO2 que as plantas das quais são produzidos absorvem.

No entanto, há críticas sobre a produção de biocombustíveis, que ocupam grandes áreas de plantio (como o milho, no caso do etanol americano) e pressionam o preço dos alimentos no mercado internacional.

De acordo com Geraint Evans, consultor da NFCC, consultoria de bioeconomia, essas questões também têm de ser consideradas na produção de combustível a partir de bactérias.

“Ao mesmo tempo em que isso aumenta as fontes potenciais de produção de diesel, é preciso pensar em sustentabilidade”, afirma Evans. “Não é um truque de mágica, mas certamente uma outra ferramenta (na produção de combustíveis)”.

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/04/130423_bacteria_diesel_fl.shtml

Anna Motzko

Da série Ciência: a criação de células-tronco por BACTÉRIAS!

CIENTISTAS FLAGRAM ‘ALQUIMIA’ DE BACTÉRIA DA HANSENÍASE

Da BBC News, 18/01/2013

Pela primeira vez, um grupo de pesquisadores britânicos flagrou o momento em que uma bactéria infecciosa dá início à uma espécie de “alquimia biológica”, transformando parte do corpo do organismo hospedeiro em outra parte que atenda melhor suas necessidades.

O estudo, publicado na revista científica Cell e liderado por uma equipe de cientistas de Edimburgo, na Escócia, mostrou uma bactéria causadora de hanseníase transformando neurônios em células-tronco e musculares.

Agente causador da hanseníase

Agente causador da hanseníase

Os autores dizem que a técnica “inteligente e sofisticada” pode agilizar a pesquisa sobre terapias e células-tronco.

Os especialistas descreveram a descoberta como “surpreendente”.

Cientistas já tinham conseguido realizar uma “alquimia biológica” em laboratório antes, transformando células da pele em células-tronco, que têm o poder de se transformar em qualquer outra parte do corpo, como células do coração ou cérebro.

Um dos pesquisadores, o professor Anura Rambukkana, disse: “As células do nosso corpo podem ser manipuladas. Por que as bactérias não se aproveitariam disso?”

Mestres da manipulação

Para conduzir o experimento, os cientistas usaram camundongos que tiveram neurônios infectados com a bactéria da hanseníase.

Após algumas semanas, a bactéria começou a transformar os nervos de acordo com a sua própria conveniência. A composição das células mudou e elas se tornaram células-tronco.

Mas, ao contrário dos neurônios, que são estáticos, essas células cresceram e se espalharam pelo corpo.

“Trata-se de uma célula-tronco que é gerada pelo tecido do próprio corpo para que o sistema imunológico não a reconheça e ela pode ser usada sem ser atacada”, disse Rambukkana.

Esse tipo de célula também pode se alojar dentro dos músculos e se transformar em células musculares.

“No momento em que vimos isso acontecer, achamos algo bem surpreendente”, acrescentou o pesquisador.

“É a primeira vez que constatamos ao vivo uma bactéria infecciosa criando células-tronco.”

Alquimia

Rambukkana espera que as descobertas possam aumentar o conhecimento sobre a hanseníase e leve a novos caminhos de desenvolvimento de células-tronco – que se tornaram a “menina dos olhos” da medicina por seu potencial de se transformar em outras células e, assim, ajudar no tratamento de várias doenças.

O pesquisador também acredita que é “provável” que outras espécies de bactéria possam ter a mesma habilidade de reprogramar o seu hospedeiro.

Segundo o professor Chris Mason, especialista em pesquisa de células-tronco na Universidade College London, no Reino Unido, “a habilidade da bactéria de converter um tipo de célula de um mamífero em outra é “uma verdadeira alquimia” da natureza, só que em grande escala”.

“Embora essa descoberta surpreendente tenha sido baseada em um experimento com um rato, ela destaca a extraordinária complexidade das interações entre mamíferos e bactérias bem como a engenhosidade dos cientistas para descobrir mecanismos da doença que, uma década atrás, teria sido algo restrito à ficção científica”, disse Mason.

“O próximo passo essencial é traduzir essa parte valiosa de conhecimento em benefícios tangíveis para os pacientes. Mas esse processo pode levar uma década antes de sua relevância para a medicina clínica ser totalmente compreendida”, acrescentou.

Para Rob Buckle, diretor de medicina regenerativa do Medical Research Council, “essa descoberta é importante não só para a nossa compreensão e tratamento da doença bacteriana, mas para a medicina regenerativa, que vem evoluindo rapidamente nos últimos anos.”

Anna Motzko

Já existem cérebros FORA da nossa cabeça!

Aproveitando uma folguinha na semana de provas, quis compartilhar uma notícia bombástica pra Ciência e pra sociedade em geral. Aliás, acredito que a Ciência só não consegue reproduzir poucas coisas nesse mundo – e ainda é capaz de me provarem o contrário!

Sim, já existe o cérebro virtual, e seu funcionamento surpreende! Esperamos que experiências como essa, se voltadas ao bem da nossa saúde e ao aprimoramento e criação de novas técnicas, continuem acontecendo.

CÉREBRO VIRTUAL SIMULA COMPORTAMENTO E REALIZA TAREFAS COGNITIVAS

Por Fernando Moraes, em Folha de São Paulo Online, 04/12/2012

A busca para compreender o cérebro humano acaba de dar um passo importante. Um estudo publicado na revista americana “Science” apresentou o primeiro modelo computacional do cérebro capaz de simular comportamentos humanos complexos, como realizar somas e completar séries de números.

Até hoje, as simulações do cérebro se concentravam mais em replicar suas partes, conexões e organização, dando pouca atenção a comportamentos e funções.

“Todos sabem que o cérebro e o comportamento humano são complexos. Mas ninguém sabe como a atividade do cérebro gera toda a variedade de comportamentos observáveis”, explicou à Folha Chris Eliasmith, líder da pesquisa.

“Outros modelos do cérebro, apesar de complexos, não exibem nenhum comportamento. O nosso é o primeiro que não só é complexo como também produz comportamentos sofisticados.”

O modelo, produzido por cientistas da Universidade de Waterloo, no Canadá, e batizado de Spaun, busca simular o cérebro computacionalmente, mimetizando os detalhes fisiológicos de
cada neurônio, os impulsos elétricos que fluem entre eles e os neurotransmissores (os mensageiros químicos cerebrais).

Spaun é formado por 2,5 milhões de neurônios virtuais organizados em subsistemas conectados, comparáveis às diferentes áreas do cérebro. As tarefas são realizadas por um braço virtual, modelado por uma série de equações para simular massa, comprimento e resistência.

“Talvez nunca saibamos como o cérebro realmente funciona. O modelo proposto procura formular hipóteses sobre esse funcionamento fazendo a ligação entre o que acontece no nível molecular e a geração de comportamentos complexos”, diz Fábio Godinho, neurocirurgião e doutor pelo Instituto de Neurociências de Lyon.

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As tarefas variam de simples exercícios de percepção, como reconhecer uma letra, passando por exercícios de memória, como recordar sequências de números, até atividades cognitivas mais complexas, como adivinhar padrões numéricos que fazem parte de testes básicos de QI.

Spaun tem uma precisão quase humana em tais tarefas e reproduz alguns equívocos do nosso comportamento, como a tendência de se lembrar mais do primeiro e do último termo de uma série do que dos demais.

Eliasmith disse que a equipe de seu laboratório não se surpreendeu com o fato de o modelo conseguir realizar as tarefas propostas, “mas ficamos surpresos quando características sutis, como os erros cometidos por ele, foram as mesmas de seres humanos”.

“O trabalho é extraordinário”, diz Godinho. “Envolve conhecimentos de biologia, psicologia, neuroanatomia, neurofisiologia, matemática e computação.”

Apesar disso, Spaun não tem a capacidade de aprender. Sua arquitetura é suficientemente flexível para se adaptar a algumas situações, mas é incapaz de aprender tarefas completamente novas.

“É uma limitação importante. Todo o seu conhecimento é, por assim dizer, inato”, diz Godinho. “O modelo também é unissensorial, possui só a visão, quando o nosso cérebro é multissensorial.”

“Além disso, o modelo é puramente cognitivo, não possui circuitos ligados a emoções, que são importantes para gerar motivações.”

MODELO VAI TESTAR HIPÓTESES SOBRE CÉREBRO IDOSO

O modelo Spaun é uma importante plataforma de testes para hipóteses sobre como o cérebro funciona.

“Spaun nos ajudará a compreender melhor a relação entre mecanismos biológicos e comportamento. Isso pode ser importante para entender o que acontece quando o cérebro sofre lesões ou quando é influenciado por drogas”, disse Eliasmith.

“Se destruirmos algumas partes do modelo, poderemos ver como o comportamento falha nessa situação. Ou poderíamos mudar a forma como os neurotransmissores funcionam e ver como isso se relaciona com o comportamento”, acrescenta.

Os pesquisadores já submeteram para publicação um novo artigo no qual destroem os neurônios virtuais de Spaun na mesma taxa que afeta um cérebro idoso e observaram o mesmo declínio cognitivo.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1195388-cerebro-virtual-simula-comportamento-e-realiza-tarefas-cognitivas.shtml

Abraços,

Anna Motzko

 

Felipe Janz, docente da UNIBAN ABC, publica artigo científico

Em primeiro lugar, meus parabéns ao excelente professor pela sua dedicação àquilo que faz  – e me refiro tanto às pesquisas quanto às ótimas aulas de Química na Biomedicina. Você merece todos os cumprimentos por chegar onde chegou e, com toda certeza, chegará ainda mais longe!

Fica a divulgação de um trabalho que tem MUITO a acrescentar à área da Saúde e o apelo à Anhanguera, para que, cada vez mais, apoie e incentive o trabalho de pesquisa dos alunos e dos docentes.

DOCENTE DA ANHANGUERA UNIBAN ABC TEM ARTIGO PUBLICADO EM REVISTA CIENTÍFICA FRANCESA

Jornal Tempo Real, 01/11/2012

Com a pesquisa, o professor Felipe Janz espera encontrar formas mais eficazes no desenvolvimento de tecido ósseo a partir de células-tronco

O coordenador do curso de Farmácia da Anhanguera Uniban ABC, professor Felipe Janz,  conseguiu, no mês de outubro, a publicação de seu artigo científico “Sinvastatina induz diferenciação osteogênica em células-tronco mesenquimais do líquido amniótico humano” publicação em um dos mais renomados e tradicionais periódicos internacionais do mundo, o Fundamental and Clinical Pharmacology. A revista científica, mantida pela Sociedade Francesa de Farmacologia e Terapêutica desde 1799, é uma das mais respeitadas publicações da área.

Em sua pesquisa, por meio do uso da substância Sinvastatina, o docente buscou encontrar uma alternativa de desenvolver protocolos mais seguros, eficazes e confiáveis para promover a diferenciação de células tronco provenientes do líquido amniótico humano em tecido ósseo .  O trabalho vem sendo realizado desde 2010 no Laboratório de Hematologia e Genética Molecular da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com o Laboratório de Biologia da Universidade Estadual de  Ponta Grossa, no Paraná.

“As células-tronco são, no momento, uma importante ferramenta no campo da biomedicina para tratamento e melhoria de uma grande quantidade de patologias, entre elas, as doenças degenerativas”, comenta o coordenador ao explicar uma das razões que o levaram a iniciar a pesquisa. Ainda segundo o docente, a próxima etapa do estudo é a aplicação dessas células-tronco  pré-diferenciadas com sinvastatina em modelos animais  de doenças osteodegenerativas para confirmar se essas células alteradas conseguem reverter um quadro patológico.

O professor Felipe Janz está  otimista com o resultado das pesquisas e a publicação, pois foram dois anos de muita dedicação em um estudo que foi elaborado paralelamente a sua tese de doutorado, defendida em 2010. “Enviamos o trabalho para a revista no dia 06 de fevereiro, depois nos foi pedido mais uma revisão e algumas correções em agosto, para conseguirmos a publicação apenas em 25 de outubro. Foram mais de oito meses trabalhando até o aceite final, o que mostra a dificuldade em se obter uma publicação internacional e, logo, valoriza mais nosso trabalho”, completa.

Sobre a Anhanguera Educacional Participações S.A.
A Anhanguera Educacional Participações S.A é o maior grupo educacional da América Latina em número de alunos. Alinhada à nova fase de desenvolvimento do Brasil, a Instituição oferece ao jovem profissional conveniência e conteúdo compatível com o mercado de trabalho em seus cursos de graduação, pós-graduação e extensão, contribuindo com o projeto de vida dos alunos de crescimento e ascensão profissional. A companhia é líder no uso de novas tecnologias no setor educacional e está presente em todos os estados brasileiros, com 70 campi e mais de 500 unidades de educação a distância, incluindo a Rede LFG, maior especialista na preparação e qualificação de profissionais para atuar com excelência no setor público. Reconhecida pelas melhores práticas de governança corporativa, ingressou na BM&FBovespa em março de 2007 e, atualmente, integra o Novo Mercado.

Fonte: http://www.jornaltemporeal.com/2012/11/01/docente-da-anhanguera-uniban-abc-tem-artigo-publicado-em-revista-cientifica-francesa/

Anna Motzko

O sonho da maternidade X a ética na Genética

Como a maioria sabe, sou estudante de Biomedicina e me interesso muito por questões polêmicas na área da genética e reprodução humana. Ainda não sei ao certo se seguirei por essas áreas, pois tenho muitos questionamentos interiores a respeito.

A matéria que divido com vocês hoje fala sobre um caso de SELEÇÃO DE EMBRIÕES. Basicamente, trata-se de ESCOLHER o embrião que será implantado no útero materno, a fim de que, nesse caso específico, o futuro bebê não venha a desenvolver um muito-possível câncer.

Sei que é um assunto bastante complicado de se discutir – eu mesma fico confusa para expressar uma opinião. Existe o ponto alto, criticado por muitos, que é chamar esse método de ‘manipulação da obra de Deus’. Geneticistas são acusados de ‘brincar de ser Deus’. Pois é. Lendo a matéria – e sem querer defender geneticistas e quem quer que seja – vocês poderão observar um lado vantajoso (se é que eu posso usar esse adjetivo) desse método. Eu não desejo saber qual é a dor de uma mãe que perde um filho por causa de um câncer ou qualquer outra doença genética, mas imagino que seja terrível. A opção do casal a que a notícia se refere foi, justamente, para que não tivessem mais que passar pela dor da perda.

APÓS PERDER FILHO, CASAL SELECIONA EMBRIÃO ‘SEM RISCO’ GENÉTICO DE CÂNCER

Da BBC Brasil, 09/10/2012

Um casal britânico que perdeu um filho vítima de um tipo raro de câncer no cérebro, conseguiu ter um segundo filho saudável após passar por um tratamento de seleção de embriões.

O embrião selecionado e implantado no útero da mãe não tinha um gene responsável por aumentar exponencialmente o risco de câncer no filho.

Nicky e Neil Halford, ambos com 36 anos, tiveram um filho, Ben, que morreu aos cinco anos de idade depois de lutar durante três anos contra o câncer.

Nikky é portadora de um gene que aumenta a predisposição ao câncer, um problema conhecido como síndrome de Li-Fraumeni. Ela teve câncer de mama aos 21 anos.

Até o nascimento de Ben, o casal nem mesmo sabia da existência deste gene. Antes da gravidez, eles perguntaram a médicos quais as chances de a criança ter problemas como câncer, devido ao fato de Nicky ter sofrido da doença tão jovem. A resposta foi que as chances eram pequenas.

No entanto, o menino foi diagnosticado com câncer no cérebro quando tinha quase dois anos de idade.

CULPA

Depois do diagnóstico, Nicky Halford insistiram para que os médicos fizessem exames que descobriram que ela e o filho eram portadores do gene raro.

“Eu sabia que não poderia ser uma coincidência. Me senti tão culpada, eu me culpava (pela doença de Ben)”, afirmou Nicky.

Ben passou por três cirurgias e por tratamentos de radioterapia e de quimioterapia entre os dois e os cinco anos de idade.

Entre a segunda e a terceira cirurgia, quando o menino parecia ter melhorado, Neil e Nicky perguntaram se ele gostaria de ter um irmão ou uma irmã.

Ben disse que gostaria de ter um irmão e pediu que ele se chamasse Tom.

O casal se submeteu, então, a um tratamento de fertilização in vitro no qual os embriões são analisados e selecionados, mas, com a volta do câncer de Ben, os planos foram adiados.

O menino ainda passou por uma cirurgia, apresentou uma melhora, mas o câncer voltou e se espalhou pelo cérebro, tornando uma nova cirurgia impossível.

Ben morreu em outubro de 2010.

ÚNICA CHANCE

O casal esperou por um ano para iniciar o tratamento para ter o segundo filho.

O tratamento consiste em fazer exames nos embriões, gerados por fertilização in vitro, para detectar se algum deles tem o gene que afetou Ben.

Apenas dois embriões foram considerados apropriados para serem examinados, um deles tinha o gene e outro não tinha.

Este embrião saudável foi implantado em Nicky e ela conseguiu engravidar.

“Tínhamos apenas um embrião, então, foi mesmo uma única chance. (…) Quando descobri que estava grávida, nós dois choramos”, afirmou Nicky.

O filho foi batizado de Tom, como Ben havia pedido.

“Algumas pessoas são contra (este tipo de tratamento) pois elas dizem que a ciência não pode interferir na natureza. Nós queríamos dar (ao bebê) a melhor chance possível (…)”, disse Neil Halford

“Já ouvi falar de pessoas escolhendo o sexo (de um bebê), mas esta era uma questão de vida ou morte. Não poderíamos assistir a outra criança sofrendo como Ben sofreu.”

Graças ao tratamento, Tom, que está com oito semanas de idade, tem apenas 4% de risco de desenvolver câncer, um percentual muito inferior aos 50% de risco que teria caso tivesse herdado o gene que teria causado o câncer da mãe e do irmão falecido.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/bbc/1166437-apos-perder-filho-casal-seleciona-embriao-sem-risco-genetico-de-cancer.shtml

Eu só desejo que, num futuro próximo, o sucesso de métodos como esse não se torne motivo para que o homem queira escolher a cor dos olhos, da pele e o tipo de cabelo. Que a Genética esteja aí para solucionar os problemas, e não para criar ainda mais.

Abraços,

Anna Motzko

 

Botulismo: tá na mídia, tá no blog.

A doença não é de hoje. Olha a microbiologia aí, biomédicos! E, aproveitando a deixa da mídia nessa semana, pesquisei um pouco mais a respeito.

Achei uma matéria bacana, que quero dividir com vocês.

SAIBA MAIS SOBRE O BOTULISMO E COMO SE PREVENIR

Portal R7, de 23/08/2012

O botulismo é uma doença rara causada por uma bactéria chamada Clostridium botulinum, que produz toxinas potencialmente fatais.

Clostridium botulinum, a bactéria causadora do botulismo.

A toxina botulínica contamina principalmente alimentos enlatados ou em vidro, como palmito, ervilha, milho e picles, além de conservas caseiras e pastas. O dr. Anthony Wong, toxicologista e chefe do Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox) do Hospital das Clínicas de São Paulo, explicou:

— As pessoas precisam tomar muito cuidado ao consumir alimentos produzidos de forma artesanal, como mel, geleias, compotas, palmito etc. Isso porque não sabemos em quais condições de higiene eles foram feitos e a toxina botulínica é anaeróbia, ou seja, vive em ambiente com pouco ou sem oxigênio.

A doença pode se manifestar pelos seguintes sintomas: dores de cabeça, vertigem, tontura, sonolência, visão turva ou dupla, diarreia, náuseas, vômitos, dificuldade para respirar, comprometimento de nervos cranianos, prisão de ventre e infecções respiratórias.

— Como os sintomas são muito parecidos com os de pneumonia, as pessoas podem demorar para buscar ajuda médica ou o próprio profissional erra o diagnóstico.

Por ser uma doença com alto índice de morte, é importante procurar o médico no ínicio dos sintomas para antecipar o diagnóstico da doença. O tratamento, basicamente, é a aplicação de soro antibotulínico.

— A toxina botulínica é a mais potente da face da Terra, não à toa o botulismo é uma doença muito grave que leva à morte em pouco tempo. E as crianças são as principais vítimas da doença porque têm massa corpórea pequena e são mais suscetíveis.

Quer saber mais?

Assista ao vídeo:

Abraços,

Anna Motzko

O que vai ser quando crescer? BIOMÉDICA!

Nessa época do ano a gente ouve falar muuuito a respeito de inscrições para vestibulares, intensivões nos cursinhos, ENEM, profissões… Mas, e aí? Como saber se você está fazendo a escolha certa?

Hoje eu li uma matéria do Portal G1, sobre carreiras.

O que eu acho mesmo é que a gente nunca tem certeza daquilo que realmente quer até entrar para a universidade. É verdade. Você pode gostar MUITO de um determinado assunto e achar que leva um super jeito. E um conselho: não leve muito em conta o que o seus pais acham que você deve ser ou o que seus amigos/professores/afins dizem que é a sua cara. Quem vai dar de cara com as disciplinas mais loucas e inimagináveis é VOCÊ e quem vai ‘dar as caras’ no mercado de trabalho e viver ‘o espírito da coisa’ é VOCÊ também.

Posso contar a minha história?

Às vésperas do término do ensino médio, decidi fazer um cursinho. Durante todos os momentos que me dediquei aos estudos, tinha em mente só uma coisa: as Ciências Biológicas. Por quê? Me dava bem com a Biologia na escola. Gostava de assuntos relacionados. Então, por que não?

Não deu certo. Não entrei para as faculdades que tentei entrar.

Com o Programa Universidade Para Todos, tive a minha oportunidade. Poderia elencar até cinco cursos e, dependendo da minha nota no ENEM, seria ou não a dona da vaga. As minhas três primeiras opções incluiam as Ciências Biológicas. Não me lembro a quarta. A quinta era Letras! Letras, pois me disseram que eu ‘levava jeito’. Disseram-me que eu era boa com idiomas, que tinha aquela coisa que se precisa ter para ensinar (sei lá!).

Não consegui nenhuma das vagas para Biológicas, nem a quarta opção. Ganhei uma bolsa de estudos para cursar Letras. L-E-T-R-A-S!

Fui, claro que fui. E não me arrependo. A verdade mesmo é que você só sabe o que é o curso quando o vive, quando ele passa a fazer parte da sua vida diariamente. Estudar os idiomas, as literaturas, a psicologia da educação, a filosofia e até o latim foi uma experiência e tanto! Existia uma Anna Carolina antes das Letras e existe uma Anna Carolina pós-Letras.

Com a vivência de uma vida universitária, sua visão a respeito de tudo – tudo mesmo! – é modificada. Passei a enxergar o ser humano com um olhar mais aprofundado e, com o tempo, senti a necessidade de ‘mudar de ares’.

A biologia ainda me fascinava. Então, por que não juntar tudo? Ok.

BIOMEDICINA.

Iniciei o curso de Biomedicina há um ano e meio. Me sinto realizada, mesmo faltando um tempão pro curso acabar… E ler a matéria que li hoje só me faz ter ainda mais propriedade para dizer que não se deve levar em conta tudo o que lê por aí a respeito dos cursos universitários. Naquelas ‘sinopses’ dos cursos, parece até que a Biomedicina tá aí para consolar aqueles que não conseguiram alcançar a Medicina… Se liga!

Tudo é ligado, não tem jeito. Mas, ao mesmo tempo, quantas diferenças!

A verdade mesmo é que você não vive sem mim e eu não vivo sem você, entende? Você não é obrigado a gostar de análises clínicas. Você pode ser apaixonado por Física e a Biomedicina será sua área. Você pode ser perfeito com Química, e a Biomedicina ainda será a sua área.

Sabe quantas habilitações um biomédico pode ter? Quase 40! Você pode atuar nas análises, na bioquímica, parasitologia, microbiologia, reprodução humana, genética, toxicologia, acupuntura, embriologia, radiologia, imunologia… e até na estética!

Tanto a Biomedicina quanto a Medicina investigam os agentes causadores de doenças humanas e desenvolvem medidas de prevenção e tratamento dessas enfermidades, porém apenas a medicina inclui, na formação do profissional, o contato direto com as pessoas e a responsabilidade pelo tratamento dos pacientes.

A duração do curso vai variar de universidades públicas para particulares, mas nunca será de menos que quatro anos. Nesse tempo, se for de seu interesse, poderá participar dos mais diversos eventos da área – congressos, simpósios, jornadas.. e, assim, acumulando conhecimentos e experiências, poderá escolher com maior confiança a área que realmente te fascina.

Como eu disse, estudo há um ano e meio. Durante esse tempos, muitas área me agradaram, e confesso que gosto bas-tan-te da Genética e da Reprodução Humana. Gosto de ler sobre o assunto, adoro as aulas… Enfim! Só que ainda não tive contato algum com a área propriamente dita, entende? E acredito que isso será fundamental na minha escolha. Manter contato com profissionais da área, formar sua própria rede de contatos.. Isso conta bastante no período decisivo e, principalmente, contará quando seu curso acabar.

Bom, é isso. Pesquise bastante, estude muito o assunto e não tenha medo de arriscar. Eu precisei ser primeiro uma professora para, depois, ser uma biomédica. Estou no caminho… E, se for preciso mudar algumas coisinhas no meio dele, qual o problema?

Abraços,

Anna Motzko