Bom, vamos lá. Eu demorei para escrever esse post – que era prometido! – pois estava pensando em boas palavras, em detalhes que não poderiam ficar de fora e coisas assim. Chegou o dia! rsrs
Os mais chegados já estão cansados de saber o quanto essa viagem foi inesquecível, tanto para mim quanto para o namorado, que ralou no volante durante os quatro longos e belos dias fora de São Paulo.
Destino: PARATY, Rio de Janeiro.
Por que Paraty? Sei lá. Não havia motivo. Já vimos ‘n’ vezes fotos da cidade na internet, na TV… E não dá pra negar que é um lugar muito atraente, né? Bora lá! Rumo a uma pousadinha indicada pela amiga Ludmilla, pegamos a estrada às 8h00 do dia 07 de setembro, vulgo feriado da Independência. Nem preciso dizer quanto tempo ficamos na estrada de São Bernardo do Campo até o litoral, onde passaríamos a famosa Rio-Santos. Não foi fácil, não. Já sabíamos que a viagem até Paraty seria longa e cansativa, porém esse trecho já nos esgotou por demaaaais! Depois de pedir informações a um gringo sobre como acessar a Rio-Santos (o que foi um tanto bizarro, visto que o inglês dele era pior que o nosso! Pensa em alguém dizendo ‘Rrrrrio Santchos’!), lá vamos nós.
Consultamos muita gente (antes de ir) sobre como seria a viagem por essa rodovia, e todos falaram maravilhas a respeito. Como somos um casal meio ‘do contra’, gostamos de provar primeiro e, depois, formar a nossa opinião. A verdade é que é, sim, uma estrada muito bacana para se chegar ao Rio de Janeiro, mas é indiscutível que demora muito mais. Sem contar que grande parte do caminho não tem nem acostamento, o que nos impedia de admirar as praias que estavam ao nosso redor. E não havia condições de pensar em parar nas praias mais badaladas, como Caraguatatuba e Ubatuba – ambas pareciam um verdadeiro caos de gente!
Indicação de boa comida na estrada: Restaurante Mar Virado, em Ubatuba. Atendimento de primeira – porém, com precinho meio salgado (há, sim, opções mais baratinhas no cardápio, mas são poucas!).
Depois do almoço no caminho – por volta das 14h30, mais ou menos – entramos no carro e prometemos só sair dele NA POUSADA. Dito e feito. Por volta de 17h00, 17h30, estávamos na nossa linda pousadinha, Canto do Curió, há 7 km do centro da cidade de Paraty.
Confesso que é engraçado chegar na cidade e se deparar com montanhas e árvores para todos os lados. Você pensa “tô na praia ou no interior de SP?”, porque é realmente muito diferente de estar no nosso litoral sul, por exemplo.
Fomos super bem recebidos e o lugar é super aconchegante. Mais uma vez, obrigada pela indicação, Lu! Só não há sinal de celular, internet ou qualquer coisa parecida. É muito bom pra quem quer fugir do mundo que deixou pra trás. É você e você. No caso, eu e minha melhor companhia 🙂
Chegamos e já corremos pro Centro da Cidade. Queríamos ver gente, pegar informações sobre tudo, comer…
Como toda cidade turística, Paraty tem seu centro de informações, ao lado do Portal da cidade. Não digo que as mocinhas de lá são um show de competência, mas, pelo menos, dá pra pegar mapinhas, folders e se sentir menos perdido!
Aaah! O Centro Histórico de Paraty é maravilhoso! Você se sente em um cenário de novela de época, coisa assim. As lojinhas de artesanato, senhorzinhos tocando na rua, os restaurantes (todos com boa música ao vivo!), os perfumes da comida da cidade… É tudo deslumbrante! Nem preciso dizer que gastei uma graninha boa, né? Mas as compras foram só no sábado e no domingo à noite – é a única coisa que se tem pra fazer à noite lá.. Conhecemos também a igreja Matriz, onde estava sendo celebrada uma missa por causa da festa de Nossa Senhora dos Remédios, que eu acredito ser a Padroeira da cidade.
Nosso primeiro jantar em Paraty foi no restaurante Netto – super indico! Cara de casa de vó, sabe? E comida divina! Não deixem de experimentar o filé de peixe ao molho de camarão (que, pelo que percebemos, é um prato típico da cidade).
Lá conhecemos também um palhaço-poeta. Demais! Ele entrou no restaurante e passou entre as mesas recitando Fernando Pessoa e Zé da Luz, do Cordel do Fogo Encantado. Lindo, lindo!
Ah! Mais um motivo para recomendar a pousada em que ficamos. Tem uma ca-cho-ei-ra lá dentro! Pode crer! E é linda! Dá pra nadar e tudo!
No nosso segundo dia, visitamos a vila de Trindade, que fica há, mais ou menos, 27 km de Paraty. A primeira praia que conhecemos foi a do Cepilho, a praia dos surfistas. Pegamos um trânsito lascado pra chegar lá! É uma praia bem badaladinha, o que nos fez ficar um pouco e logo procurar um local mais tranquilinho 🙂
Estrada rumo à Praia do Sono. Ops! Não é possível chegar de carro. É preciso pegar um barco que te leva até lá. Desistimos! Nos cobraram 40 reais pra ir e mais 40 pra voltar. Achando um absurdo, voltamos para a estrada, com destino à Praia das Laranjeiras. Para acessar essa praia, é necessário percorrer à pé uma trilha de meia hora (subidas, descidas, raízes de árvores e alguns bichinhos voadores!). Você deixa seu nome e RG na portaria do condomínio Laranjeiras e segue a trilha – é como se fosse uma praia particular mesmo. Let’s go!
Se vale a pena? Veja as fotos!
Vale MUITO a pena! Eu nunca vi uma praia assim.. Só em filme. Nos sentimos num verdadeiro paraíso! Piscinas naturais, praia praticamente sem ondas, e dava pra contar nos dedos quantas pessoas estavam lá. Que sol, que mar! Beirando a praia está o tal condomínio Laranjeiras, com mansões e tudo mais. Invejinha de quem mora lá! Passamos umas horinhas nessa praia, pois o visual não cansa. Pra voltar, basta pegar a mesma trilhazinha.
À noite, mais uma passadinha no centro histórico – foi nesse dia que eu fiz as “comprinhas”! rsrs
No domingo, pelo manhã, fizemos o tão indicado passeio de escuna.
Quando te disserem que você não pode deixar de fazer esse passeio quando for à Paraty (como fez minha amiga Karina), ACREDITE! Pagamos 30 reais pelo passeio, que tem duração de 5 horas. Pegamos a escuna Estrela da Manhã por volta das 11h, no cais de Paraty. Fazia um sol que eu nunca vi! Na escuna, você tem música ao vivo, almoço, bebidas, e servem até frutas!
Não me arrependo das horas que passei lá. O barco passa por diversas ilhas e vai fazendo paradas em algumas praias – praias onde só se chega por barco. Nas paradas, podemos descer e nadar. É demais! Ou você vai num bote até a costa ou vai nadando. A água do alto mar é mega gelada e a sensação de se nadar ali é inesquecível! Passamos pela praia Vermelha, por Ilha Comprida, pela Lagoa Azul e pela praia da Lula. Voltamos para o cais umas 17h30. Pensamos que seria um passeio super cansativo, que perderíamos nosso dia todo nele, mas só ganhamos. Vimos paisagens que nunca imaginávamos ver.. Sentimos a brisa que só se sente em alto mar mesmo! Indicamos!
Mais centro histórico no domingo à noite. A cidade já estava bem diferente dos dois dias anteriores, já que a maioria dos turistas estava voltando pra casa. Caminhar pelo centro foi até mais agradável e acabamos vendo algumas lojas e restaurantes dos quais ainda não tínhamos dado conta antes.
Segunda de manhã, infelizmente, pé na estrada.
A vontade é de ficar lá pra sempre, mas acredito que vimos e vivemos o que era possível. Paraty é isso: centro histórico e calmaria. Mais pra frente está Angra dos Reis; antes, Trindade. E aí, sim, você tem mais opções.
Fica, então, aquele gostinho do fim de semana lindo que vivemos e a certeza de que não precisamos sair do nosso Brasilzão pra conhecer lugares deslumbrantes. Nosso país tem muita coisa escondida, muita coisa pra ser descoberta.
Paraty é uma delas.
Se puder, não deixe de prestigiar esse patrimônio que é meu e seu.
E mais uma recomendação: JAMAIS vá pela Estrada Paraty-Cunha. Ela tem 8 quilômetros intransitáveis. A Rio-Santos é cansativa, mas, pelo jeito, acaba sendo a melhor alternativa.
Espero que tenham gostado das fotos e das dicas.
Fico por aqui.
Abraços,
Anna Motzko