Pesquisas apontam que perda de memória por idade pode ser reversível

PERDA DE MEMÓRIA POR IDADE PODE SER REVERSÍVEL, MOSTRA NOBEL

Do UOL, 28/08/2013

A deficiência de uma proteína no hipocampo cerebral é a principal causa para a falta de memória no envelhecimento, mas esse processo associado à idade pode ser reversível, diferente do que acontece com o alzheimer, aponta pesquisa divulgada nesta quarta-feira (28) no periódico médico da Associação Americana de Ciência, a Science Translational Medicine.

O novo estudo foi liderado por um dos maiores especialistas em memória do mundo, o austríaco Eric Kandel, que trabalha na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos. O neurocientista foi premiado em 2000, junto com Arvid Carlsson e Paul Greengard, com um Nobel de Fisiologia e Medicina por suas pesquisas em lesmas-do-mar que identificaram os genes e as proteínas que tornam possíveis as lembranças de curto e longo prazo nos neurônios.

“Nossa pesquisa fornece sólidas evidências de que a perda de memória associada à idade é uma síndrome com causas e consequências independentes do Mal de Alzheimer“, afirma Kandel na divulgação da Universidade. “Os resultados terão impacto na saúde pública.”

Para diferenciar os processos de perda de memória desencadeados pelo envelhecimento dos iniciados pelo Mal de Alzheimer, o grupo avaliou células cerebrais em estado de pós-morte retiradas de oito adultos que tinham entre 33 e 88 anos.

Isso lhes permitiu isolar as regiões do hipocampo, que se ocupam da aprendizagem e da memória no cérebro, prejudicadas por cada um dos dois tipos de perda de memória, destacando o papel da proteína RbAp48. Eles apontaram que seu declínio no cérebro está associado a uma menor capacidade do órgão em lembrar de fatos.

Processo reversível

Depois de identificar a ação da proteína nas amostras de células cerebrais humanas, os neurocientistas fizeram alterações genéticas da RbAp48 para saber como ela se comportava nos cérebros de camundongos jovens em comparação aos dos animais mais velhos.

Nesse estudo adicional, o grupo constatou nas espécimes mais jovens a mesma perda de memória das cobaias mais velhas, causada “naturalmente” pelo envelhecimento. Porém, ao restaurar os níveis da proteína, a memória dos camundongos jovens voltava à capacidade normal.

Em uma segunda etapa, os pesquisadores fizeram transferência genética viral nos cérebros de camundongos velhos, aumentando a presença da RbAp48. Eles observaram uma melhora na capacidade de memória com a proteína, com índices comparáveis aos notados em camundongos jovens.

“O fato de termos conseguido reverter a perda de memória associada ao envelhecimento nos camundongos é encorajador”, diz Kandel.

“Isso mostra que a RbAp48 tem um papel fundamental nesse processo, e que a perda de memória associada à idade se dá numa mudança no funcionamento dos neurônios, diferenciando esse tipo de perda de memória da influenciada pelo Mal de Alzheimer, que causa perda significativa de neurônios no cérebro.

O artigo científico ressalta, no entanto, que ainda não é possível afirmar que a técnica se aplicaria a cérebros humanos.

“Ainda não temos como afirmar que a técnica funcionaria em humanos, mas o ponto é que, para desenvolver intervenções eficazes, primeiramente temos de achar o alvo correto. Agora nós já temos esse alvo e podemos avaliar terapias que podem funcionar no combate à perda de memória, sejam elas farmacêuticas, nutracêuticas ou à base de exercícios físicos e cognitivos”, conclui Scott Small, coautor do estudo com ratos.

Disponível em http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2013/08/28/falta-de-proteina-no-cerebro-afeta-perda-de-memoria-indica-nobel.htm#fotoNav=69

Anna Motzko

Descubra se você é um JOVEM IDOSO

TER HÁBITOS DE IDOSO AOS 20 ANOS NEM SEMPRE É PROBLEMA, DIZEM TERAPEUTAS

Por Rosana Faria de Freitas, do UOL, em 29/07/2013

Créditos: Thinkstock

Créditos: Thinkstock

Se você não é assim, provavelmente conhece alguém que apresenta tal característica: simplesmente parece desajustado com sua época. Gostos, hábitos, atitudes e valores estão mais próximos dos de seus pais e avós do que de seus pares e amigos.

“Várias podem ser as explicações para isso e cada caso precisa ser compreendido individualmente”, considera Joana Singer, mestre em Psicologia Experimental: Análise do Comportamento pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Dentre os fatores que contribuem para isso, Singer, que também é sócio-diretora do Núcleo Paradigma de Análise do Comportamento, cita a relação com pessoas mais velhas. É possível, por exemplo, que o indivíduo tenha aprendido, desde muito cedo, a se entreter com familiares de idade avançada. Tal fato é comum em unidades com poucas crianças, nas quais se aprende que o entretenimento é viabilizado pela presença de adultos e por tudo que eles trazem – seus costumes, seus gostos musicais, suas atividades favoritas.

Papéis trocados

“Há exemplos nos quais as posições se apresentam invertidas: pais que parecem mais jovens que seus filhos. Nesta situação, talvez os pais tenham se constituído como um modelo fraco e, em alguns casos, negativo. Em uma tentativa de ser muito diferente de seus genitores, esses jovens procuram agir da forma como eles gostariam que seus pais se comportassem”, analisa a psicóloga.

Há que se considerar, também, que muitas pessoas que parecem idosas têm dificuldades em relação a habilidades sociais importantes. “Comportamentos relacionados à ‘vida em turma’ e à paquera podem ser muito pesarosos. E, aí, a apropriação de gostos e hábitos dos mais velhos se apresenta como uma forma de escapar do enfrentamento de situações que lhes parecem desconfortáveis”, diz Joana Singer.

Ela lembra, ainda, de outra situação: indivíduos que foram obrigados a amadurecer cedo pela necessidade de trabalhar precocemente, ou pela perda de um ou dos dois pais. “Muitos se afastarão de quem tem idade próxima porque se sentem distantes, fora do contexto, não se divertem da mesma forma, por exemplo. Aí, é provável que procurem a companhia de quem tem mais experiência e bagagem. Claro que alguns podem, apesar das grandes responsabilidades, cultivar e preservar gostos juvenis, mas não será regra geral.”

Questão de amadurecimento

O termo jovem idoso também vem sendo usado para classificar indivíduos que amadurecem muito depressa, salienta a psicóloga clínica e psicanalista Priscila Gasparini Fernandes, especialista em neuropsicologia. “São pessoas que buscam uma vida mais tranquila, sem a agitação comum aos mais novos. Preferem um bom livro ou filme ao invés da balada, pensam mais no futuro com planejamentos detalhados.”

Independentemente das razões e da forma como o indivíduo lida com isso, é importante que cada etapa da vida – infância, adolescência, juventude, maturidade – seja vivida. Mesmo nos dias de hoje, em que tais fases estão menos marcadas.

“A infância parece mais curta do que no passado, a adolescência estendida. De qualquer forma, cada ciclo ensina algo: há o momento de se desenvolver a criatividade de forma muito intensa (infância), o de experimentar a individualidade (adolescência), o de prosperar e construir projetos (vida adulta) e o de lidar com perdas frequentes e com a preocupação de deixar um legado (velhice). Vivenciar tudo isso é extrair de cada época uma trajetória única”, destaca Joana Singer.

Tudo é relativo

Apesar de tais considerações, as duas terapeutas defendem que não necessariamente um jovem idoso esteja perdendo algo. Isso porque, muitas vezes, o que o motiva a agir como alguém mais velho não tem nada a ver com problemas como insegurança, baixa autoestima e autoconfiança, melancolia.

“Há pessoas que se adaptam a um estilo de vida diferente e, dessa forma, encontram sua turma. Não podem ser considerados deslocados. Eles ganham com a maturidade profissional precoce, o que envolverá outras conquistas. Claro que não terão a chance de aprender a conviver com aqueles que envelhecerão com ele, os que têm a sua idade. Mas é uma questão de opção”, diz Singer.

Priscila Gasparini Fernandes concorda. “Se não há dificuldades sérias por trás do comportamento, não dá para falar em perdas, mas em escolhas e jeito de ser. Trata-se de uma característica de personalidade de alguém que se estruturou daquela maneira, porque para ele é benéfico assim. No futuro, colherá os frutos do que semeou nas fases anteriores da sua vida.”

Fonte: http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2013/07/29/ter-habitos-de-idoso-aos-20-anos-nem-sempre-e-problema-dizem-terapeutas.htm

Alguns comentários:

– no link acima é possível fazer um teste e descobrir se suas suspeitas se confirmam – você é ou não um ‘jovem idoso’? Meu resultado: sou uma ‘jovem séria’! rsrs

– nem imaginava que havia estudos sobre esse assunto e achei um tanto interessante. eu, particularmente, convivo demais com pessoas mais velhas que eu e acredito que isso me faz muito bem. as histórias, experiências.. mudam dia a dia minha maneira de enxergar a vida.

– ok, amigos.. agora já podem, com motivos, continuar me chamando de ‘Benjamin Button’! hahahahaha!

Abraços,

Anna Motzko

Vírus da AIDS livra paciente de leucemia

MENINA ESTÁ HÁ UM ANO LIVRE DE LEUCEMIA DEVIDO AO TRATAMENTO COM VÍRUS DA AIDS

Por Igor Zahir, em Marie Claire, 25/07/2013

Até que ponto a ciência proporciona momentos de alegria e sensação de milagre na vida das pessoas? O caso de Emma Whitehead é uma boa resposta para esta questão. A menina, de 8 anos, foi diagnosticada com leucemia linfoblástica aguda em 2010, submeteu-se a todos os tratamentos, quimioterapia, perdeu o cabelo e estava chegando ao estado terminal.

Os pais, já desesperados e procurando qualquer outra solução, resolveram tentar um tratamento polêmico: em abril de 2012, Emma se juntou a um grupo de 12 pessoas no Hospital Infantil da Filadélfia e teve o vírus da AIDS injetado em seu organismo.

As células T, que ajudam na produção de anticorpos no organismo, foram retiradas do corpo de Emma. Então foi injetado o vírus desativado de HIV, que, segundo os médicos, funcionam melhor com este tipo de célula. Após isso, as células T foram colocadas de volta no corpo da menina. O método é, inclusive, a esperança de substituir a necessidade de quimioterapia e transplantes de medula óssea algum dia.

Outra criança que participou do processo experimental melhorou, mas depois teve uma recaída. Em dois adultos, o tratamento não funcionou. Emma também teve reações agressivas: febre de 40,5 graus, ficou inconsciente e irreconhecível de tão inchada. Precisou respirar por aparelhos e quase morreu. Mas, de acordo com o Dr. Carl June, à frente das pesquisas na universidade americana, esses sintomas são a comprovação de que o tratamento funcionou.

‘Emma permanece saudável e não tem câncer 1 ano depois de ter recebido linfócitos T geneticamente modificados, que permitiram se concentrar em um objetivo concreto presente neste tipo de leucemia’, disse o médico através de comunicado oficial do centro de estudos.

“Isso se chama Síndrome da Liberação de Citocinas e se refere aos produtos químicos que são expelidos das células do sistema imunológico quando ativadas. O que gera os problemas e pode afetar os pulmões e causar quedas perigosas na pressão arterial. Foi isso que fez a família de Emma achar que ela estava morrendo”, explicou June ao jornal “New York Times”.

Só pode-se dizer que uma pessoa sobrevive ao câncer quando vive há cinco anos. Mas Emma, livre há um ano, tenta levar uma vida normal, vai a escola e já sai para brincar com os amigos. Na página do Facebook “Prayers for Emily (Emma) Whitehead” é possível acompanhar os passos da menina.

Emma, durante o tratamento (Imagem de sua página no Facebook)

Emma, durante o tratamento (Imagem de sua página no Facebook)

Ainda com a doença (Imagem do Facebook)

Ainda com a doença (Imagem do Facebook)

Após 1 ano livre da leucemia (Foto do Facebook)

Após 1 ano livre da leucemia (Foto do Facebook)

Anna Motzko

Da série Ciência: a criação de células-tronco por BACTÉRIAS!

CIENTISTAS FLAGRAM ‘ALQUIMIA’ DE BACTÉRIA DA HANSENÍASE

Da BBC News, 18/01/2013

Pela primeira vez, um grupo de pesquisadores britânicos flagrou o momento em que uma bactéria infecciosa dá início à uma espécie de “alquimia biológica”, transformando parte do corpo do organismo hospedeiro em outra parte que atenda melhor suas necessidades.

O estudo, publicado na revista científica Cell e liderado por uma equipe de cientistas de Edimburgo, na Escócia, mostrou uma bactéria causadora de hanseníase transformando neurônios em células-tronco e musculares.

Agente causador da hanseníase

Agente causador da hanseníase

Os autores dizem que a técnica “inteligente e sofisticada” pode agilizar a pesquisa sobre terapias e células-tronco.

Os especialistas descreveram a descoberta como “surpreendente”.

Cientistas já tinham conseguido realizar uma “alquimia biológica” em laboratório antes, transformando células da pele em células-tronco, que têm o poder de se transformar em qualquer outra parte do corpo, como células do coração ou cérebro.

Um dos pesquisadores, o professor Anura Rambukkana, disse: “As células do nosso corpo podem ser manipuladas. Por que as bactérias não se aproveitariam disso?”

Mestres da manipulação

Para conduzir o experimento, os cientistas usaram camundongos que tiveram neurônios infectados com a bactéria da hanseníase.

Após algumas semanas, a bactéria começou a transformar os nervos de acordo com a sua própria conveniência. A composição das células mudou e elas se tornaram células-tronco.

Mas, ao contrário dos neurônios, que são estáticos, essas células cresceram e se espalharam pelo corpo.

“Trata-se de uma célula-tronco que é gerada pelo tecido do próprio corpo para que o sistema imunológico não a reconheça e ela pode ser usada sem ser atacada”, disse Rambukkana.

Esse tipo de célula também pode se alojar dentro dos músculos e se transformar em células musculares.

“No momento em que vimos isso acontecer, achamos algo bem surpreendente”, acrescentou o pesquisador.

“É a primeira vez que constatamos ao vivo uma bactéria infecciosa criando células-tronco.”

Alquimia

Rambukkana espera que as descobertas possam aumentar o conhecimento sobre a hanseníase e leve a novos caminhos de desenvolvimento de células-tronco – que se tornaram a “menina dos olhos” da medicina por seu potencial de se transformar em outras células e, assim, ajudar no tratamento de várias doenças.

O pesquisador também acredita que é “provável” que outras espécies de bactéria possam ter a mesma habilidade de reprogramar o seu hospedeiro.

Segundo o professor Chris Mason, especialista em pesquisa de células-tronco na Universidade College London, no Reino Unido, “a habilidade da bactéria de converter um tipo de célula de um mamífero em outra é “uma verdadeira alquimia” da natureza, só que em grande escala”.

“Embora essa descoberta surpreendente tenha sido baseada em um experimento com um rato, ela destaca a extraordinária complexidade das interações entre mamíferos e bactérias bem como a engenhosidade dos cientistas para descobrir mecanismos da doença que, uma década atrás, teria sido algo restrito à ficção científica”, disse Mason.

“O próximo passo essencial é traduzir essa parte valiosa de conhecimento em benefícios tangíveis para os pacientes. Mas esse processo pode levar uma década antes de sua relevância para a medicina clínica ser totalmente compreendida”, acrescentou.

Para Rob Buckle, diretor de medicina regenerativa do Medical Research Council, “essa descoberta é importante não só para a nossa compreensão e tratamento da doença bacteriana, mas para a medicina regenerativa, que vem evoluindo rapidamente nos últimos anos.”

Anna Motzko

Sobre pesquisas – Tratamento da esquizofrenia

CIENTISTAS ESTUDAM USO DE SUBSTÂNCIA PARA TRATAR ESQUIZOFRENIA

Por Terra, 24/12/2012

Um grupo de cientistas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto investiga o uso de canabidiol contra a esquizofrenia. Essa doença, que distancia o paciente da realidade, tem as causas desconhecidas pelos cientistas, o que a torna, na visão da maioria dos médicos, uma patologia de difícil tratamento. Canabidiol é considerada um canabinóide, ou seja, faz parte dos 80 componentes presentes na planta Cannabis sativa (maconha). No entanto, diferente do canabinóide Delta 9 – Tetrahidrocanabinol (THC), que é o responsável pelos efeitos típicos da planta – alucinógenos e estimulantes – o canabidiol não produz essas sensações.

De acordo com Antonio Waldo Zuardi, professor titular de psiquiatria da Faculdade de Medicina de Ribeirão da Universidade de São Paulo (USP), o canabidiol foi usado em diversos estudos com animais e humanos, os quais sugeriram que a substância pode atenuar sintomas psicóticos. Zuardi, que é coordenador da pesquisa desenvolvida pelo seu grupo, conta que começou a estudar a substância em 1976, durante o doutorado que fez na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Desde então, essas pesquisas são feitas na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, onde estou desde 1982”, disse.

O estudioso explica que o canabidiol é alvo de pesquisas de muitos cientistas brasileiros e também do exterior. “Este ano, foi publicado um estudo realizado por um grupo de pesquisadores alemães, que mostra que o canabidiol diminuiu os sintomas de pacientes esquizofrênicos de forma semelhante a outro antipsicótico já conhecido”, disse.

Segundo o pesquisador, a substância tem a vantagem, em relação ao medicamento já existente, de apresentar baixa propensão a produzir efeitos colaterais indesejáveis. Além de apresentar sinais de eficácia na redução de sintomas psicóticos, a utilização do canabidiol é estudada em outros quadros, como transtornos de ansiedade, doença de Parkinson, sono, abstinência de drogas e como anti-inflamatório.

O pesquisador alerta, porém, que outros componentes da Cannabis sativa, como o THC, podem ser maléficos. “Eles podem produzir sintomas psicóticos em indivíduos saudáveis e agravar os sintomas da esquizofrenia”, explica Zuardi. Por isso, o THC é visto como um componente psicotomimético, ou seja, produz sintomas semelhantes aos observados nas psicoses. “O THC em doses elevadas produz esses sintomas, mas o mesmo não ocorre com o canabidiol. Por isso, ele é considerado não psicotomimético”, disse.

A combinação do canabidiol com o THC, explica Zuardi, é liberada em diversos países para uso em pacientes com esclerose múltipla, com a função de diminuir a espasticidade (distúrbio motor caracterizado pelo aumento do tônus muscular). Para as outras indicações, como a esquizofrenia, porém, o desenvolvimento de um medicamento necessita de mais estudos que comprovem os seus efeitos. “Embora animadoras, as evidências ainda são insuficientes para que o canabidiol possa ser utilizado na clínica. Para isso, serão necessários estudos com número muito maior de pacientes”, acrescenta.

Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/pesquisa/cientistas-estudam-uso-de-substancia-para-tratar-esquizofrenia,7c576d44edcbb310VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html

Anna Motzko

Já existem cérebros FORA da nossa cabeça!

Aproveitando uma folguinha na semana de provas, quis compartilhar uma notícia bombástica pra Ciência e pra sociedade em geral. Aliás, acredito que a Ciência só não consegue reproduzir poucas coisas nesse mundo – e ainda é capaz de me provarem o contrário!

Sim, já existe o cérebro virtual, e seu funcionamento surpreende! Esperamos que experiências como essa, se voltadas ao bem da nossa saúde e ao aprimoramento e criação de novas técnicas, continuem acontecendo.

CÉREBRO VIRTUAL SIMULA COMPORTAMENTO E REALIZA TAREFAS COGNITIVAS

Por Fernando Moraes, em Folha de São Paulo Online, 04/12/2012

A busca para compreender o cérebro humano acaba de dar um passo importante. Um estudo publicado na revista americana “Science” apresentou o primeiro modelo computacional do cérebro capaz de simular comportamentos humanos complexos, como realizar somas e completar séries de números.

Até hoje, as simulações do cérebro se concentravam mais em replicar suas partes, conexões e organização, dando pouca atenção a comportamentos e funções.

“Todos sabem que o cérebro e o comportamento humano são complexos. Mas ninguém sabe como a atividade do cérebro gera toda a variedade de comportamentos observáveis”, explicou à Folha Chris Eliasmith, líder da pesquisa.

“Outros modelos do cérebro, apesar de complexos, não exibem nenhum comportamento. O nosso é o primeiro que não só é complexo como também produz comportamentos sofisticados.”

O modelo, produzido por cientistas da Universidade de Waterloo, no Canadá, e batizado de Spaun, busca simular o cérebro computacionalmente, mimetizando os detalhes fisiológicos de
cada neurônio, os impulsos elétricos que fluem entre eles e os neurotransmissores (os mensageiros químicos cerebrais).

Spaun é formado por 2,5 milhões de neurônios virtuais organizados em subsistemas conectados, comparáveis às diferentes áreas do cérebro. As tarefas são realizadas por um braço virtual, modelado por uma série de equações para simular massa, comprimento e resistência.

“Talvez nunca saibamos como o cérebro realmente funciona. O modelo proposto procura formular hipóteses sobre esse funcionamento fazendo a ligação entre o que acontece no nível molecular e a geração de comportamentos complexos”, diz Fábio Godinho, neurocirurgião e doutor pelo Instituto de Neurociências de Lyon.

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As tarefas variam de simples exercícios de percepção, como reconhecer uma letra, passando por exercícios de memória, como recordar sequências de números, até atividades cognitivas mais complexas, como adivinhar padrões numéricos que fazem parte de testes básicos de QI.

Spaun tem uma precisão quase humana em tais tarefas e reproduz alguns equívocos do nosso comportamento, como a tendência de se lembrar mais do primeiro e do último termo de uma série do que dos demais.

Eliasmith disse que a equipe de seu laboratório não se surpreendeu com o fato de o modelo conseguir realizar as tarefas propostas, “mas ficamos surpresos quando características sutis, como os erros cometidos por ele, foram as mesmas de seres humanos”.

“O trabalho é extraordinário”, diz Godinho. “Envolve conhecimentos de biologia, psicologia, neuroanatomia, neurofisiologia, matemática e computação.”

Apesar disso, Spaun não tem a capacidade de aprender. Sua arquitetura é suficientemente flexível para se adaptar a algumas situações, mas é incapaz de aprender tarefas completamente novas.

“É uma limitação importante. Todo o seu conhecimento é, por assim dizer, inato”, diz Godinho. “O modelo também é unissensorial, possui só a visão, quando o nosso cérebro é multissensorial.”

“Além disso, o modelo é puramente cognitivo, não possui circuitos ligados a emoções, que são importantes para gerar motivações.”

MODELO VAI TESTAR HIPÓTESES SOBRE CÉREBRO IDOSO

O modelo Spaun é uma importante plataforma de testes para hipóteses sobre como o cérebro funciona.

“Spaun nos ajudará a compreender melhor a relação entre mecanismos biológicos e comportamento. Isso pode ser importante para entender o que acontece quando o cérebro sofre lesões ou quando é influenciado por drogas”, disse Eliasmith.

“Se destruirmos algumas partes do modelo, poderemos ver como o comportamento falha nessa situação. Ou poderíamos mudar a forma como os neurotransmissores funcionam e ver como isso se relaciona com o comportamento”, acrescenta.

Os pesquisadores já submeteram para publicação um novo artigo no qual destroem os neurônios virtuais de Spaun na mesma taxa que afeta um cérebro idoso e observaram o mesmo declínio cognitivo.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1195388-cerebro-virtual-simula-comportamento-e-realiza-tarefas-cognitivas.shtml

Abraços,

Anna Motzko

 

Felipe Janz, docente da UNIBAN ABC, publica artigo científico

Em primeiro lugar, meus parabéns ao excelente professor pela sua dedicação àquilo que faz  – e me refiro tanto às pesquisas quanto às ótimas aulas de Química na Biomedicina. Você merece todos os cumprimentos por chegar onde chegou e, com toda certeza, chegará ainda mais longe!

Fica a divulgação de um trabalho que tem MUITO a acrescentar à área da Saúde e o apelo à Anhanguera, para que, cada vez mais, apoie e incentive o trabalho de pesquisa dos alunos e dos docentes.

DOCENTE DA ANHANGUERA UNIBAN ABC TEM ARTIGO PUBLICADO EM REVISTA CIENTÍFICA FRANCESA

Jornal Tempo Real, 01/11/2012

Com a pesquisa, o professor Felipe Janz espera encontrar formas mais eficazes no desenvolvimento de tecido ósseo a partir de células-tronco

O coordenador do curso de Farmácia da Anhanguera Uniban ABC, professor Felipe Janz,  conseguiu, no mês de outubro, a publicação de seu artigo científico “Sinvastatina induz diferenciação osteogênica em células-tronco mesenquimais do líquido amniótico humano” publicação em um dos mais renomados e tradicionais periódicos internacionais do mundo, o Fundamental and Clinical Pharmacology. A revista científica, mantida pela Sociedade Francesa de Farmacologia e Terapêutica desde 1799, é uma das mais respeitadas publicações da área.

Em sua pesquisa, por meio do uso da substância Sinvastatina, o docente buscou encontrar uma alternativa de desenvolver protocolos mais seguros, eficazes e confiáveis para promover a diferenciação de células tronco provenientes do líquido amniótico humano em tecido ósseo .  O trabalho vem sendo realizado desde 2010 no Laboratório de Hematologia e Genética Molecular da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com o Laboratório de Biologia da Universidade Estadual de  Ponta Grossa, no Paraná.

“As células-tronco são, no momento, uma importante ferramenta no campo da biomedicina para tratamento e melhoria de uma grande quantidade de patologias, entre elas, as doenças degenerativas”, comenta o coordenador ao explicar uma das razões que o levaram a iniciar a pesquisa. Ainda segundo o docente, a próxima etapa do estudo é a aplicação dessas células-tronco  pré-diferenciadas com sinvastatina em modelos animais  de doenças osteodegenerativas para confirmar se essas células alteradas conseguem reverter um quadro patológico.

O professor Felipe Janz está  otimista com o resultado das pesquisas e a publicação, pois foram dois anos de muita dedicação em um estudo que foi elaborado paralelamente a sua tese de doutorado, defendida em 2010. “Enviamos o trabalho para a revista no dia 06 de fevereiro, depois nos foi pedido mais uma revisão e algumas correções em agosto, para conseguirmos a publicação apenas em 25 de outubro. Foram mais de oito meses trabalhando até o aceite final, o que mostra a dificuldade em se obter uma publicação internacional e, logo, valoriza mais nosso trabalho”, completa.

Sobre a Anhanguera Educacional Participações S.A.
A Anhanguera Educacional Participações S.A é o maior grupo educacional da América Latina em número de alunos. Alinhada à nova fase de desenvolvimento do Brasil, a Instituição oferece ao jovem profissional conveniência e conteúdo compatível com o mercado de trabalho em seus cursos de graduação, pós-graduação e extensão, contribuindo com o projeto de vida dos alunos de crescimento e ascensão profissional. A companhia é líder no uso de novas tecnologias no setor educacional e está presente em todos os estados brasileiros, com 70 campi e mais de 500 unidades de educação a distância, incluindo a Rede LFG, maior especialista na preparação e qualificação de profissionais para atuar com excelência no setor público. Reconhecida pelas melhores práticas de governança corporativa, ingressou na BM&FBovespa em março de 2007 e, atualmente, integra o Novo Mercado.

Fonte: http://www.jornaltemporeal.com/2012/11/01/docente-da-anhanguera-uniban-abc-tem-artigo-publicado-em-revista-cientifica-francesa/

Anna Motzko

A ciências dos milagres – sobre doenças degenerativas

Quando vejo cientistas se descabelando em busca de coisas boas pra humanidade, meu coração se alegra de tal forma que a minha caminhada rumo à ‘ciência dos milagres’ passa a fazer ainda mais sentido. Por que ‘ciência dos milagres’? Porque nos traz auxílio e respostas que, sinceramente, não esperávamos. Porque é composta de homens e mulheres que dedicam anos de vida buscando soluções para problemas que nós imaginávamos ser o fim.

Desejo muito um dia ser uma cientista reconhecida pelas benfeitorias feitas à uma sociedade que tanto precisa de gente dedicada a ela.

Divido essa notícia com vocês. Da mesma forma que foi importante pra mim, pode ser para mais alguém.

COM COMPUTADORES, CIENTISTAS ARGENTINOS DECIFRAM MECANISMOS PARA NÃO ESQUECER

Por Maricel Seeger, do Universo Online

Com a ajuda de computadores, cientistas argentinos decifraram mecanismos associados ao esquecimento que podem servir para desenvolver tratamentos contra a depressão e doenças degenerativas como o mal de Alzheimer, explicou para a Agência Efe um dos responsáveis pelo estudo.

Esquecimento – consequência das doenças degenerativas mentais.

Os pesquisadores do Instituto Universitário do Hospital Italiano de Buenos Aires desenvolveram um simulador do hipocampo, região do cérebro capaz de lembrar situações, através de um modelo matemático feito no computador.

O objetivo é desenvolver uma tecnologia que ajude a criar um “chip” que possa ser implantado em pessoas com doenças como o mal de Alzheimer e que ative os processos da memória, declarou o médico Pablo Argibay, a cargo do estudo iniciado há seis anos junto com a bioengenheira Victoria Weisz.

“Seria um chip que com o potencial de fazer as funções do hipocampo. É uma tecnologia que ainda não está disponível, mas que poderia ajudar as pessoas com doenças degenerativas”, disse o pesquisador, que também pertence ao Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas da Argentina.

Os cientistas detectaram que quando o hipocampo gera novos neurônios, as memórias adquiridas mais recentemente são melhor retidas e relembradas, enquanto as memórias mais antigas começam a ser difíceis de lembrar, devido a “interferências” produzidas pelos novos neurônios.

Para isso, os especialistas desenvolveram “um monte de fórmulas” que explicam o funcionamento do cérebro e simulam o acionamento do hipocampo, disse Argibay, do Laboratório de Aprendizagem Biológica e Artificial do hospital.

“Há poucas áreas do cérebro que geram novos neurônios. Os neurônios criados no hipocampo ajudam a aceitar a novidade, ou seja, uma lembrança nova fica muito gravada. As pessoas que têm esse processo deteriorado têm lembranças muito antigas, mas se perdem com o novo”, assinalou.

Esta descoberta, explicou o cientista, pode servir também para as pessoas com depressão, a quem se costuma administrar remédios que “ajudam a criar novos neurônios, os quais permitem reter novas memórias e, desse modo, deslocar as velhas que são traumáticas”.

Sinapse – ponto de encontro e comunicação entre os neurônios.

“O fato de conhecer o funcionamento do hipocampo mediante o simulador estimula o desenvolvimento de teorias sobre como poderia acontecer o esquecimento e como poderíamos intervir sobre o fenômeno”, especificou.

O hipocampo, chamado assim por causa de sua forma similar a um cavalo marinho, é associado à denominada memória episódica, que permite lembrar um evento a partir de algum de seus componentes, ou seja, quando a partir de uma imagem é possível lembrar de uma situação vivida.

A pesquisa se baseou na neurogênese, descoberta nos anos 80 pelo cientista argentino Fernando Nottebohm, que contradisse a hipótese aceita durante décadas de que não novos neurônios não podiam ser criados no cérebro adulto.

“Se algumas demências acontecessem como consequência da perda de geração de neurônios, poderíamos recuperar essa capacidade com um tratamento baseado em células-tronco ou substâncias para que o fenômeno aconteça”, disse o responsável pela pesquisa, que será publicada na revista “Cognition”.

Por ora, no laboratório do instituto universitário está sendo construído um robô com a capacidade de simular a função do hipocampo, o que pode abrir caminho para novas descobertas para se evitar o esquecimento.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/efe/2012/08/08/com-computadores-cientistas-argentinos-decifram-mecanismos-para-nao-esquecer.htm

Abraços,

Anna Motzko